Neurectomia Dorsal Seletiva: Solução Inovadora para Ejaculação Precoce

garoto com ejaculação precoce

Resultados Promissores

A ejaculação precoce (EP) é uma disfunção sexual masculina que afeta cerca de 5% dos homens em todo o mundo. Caracteriza-se por uma incapacidade persistente em controlar o reflexo ejaculatório, resultando em relações sexuais insatisfatórias e dificuldades interpessoais. Para casos de EP de longa duração, onde terapias farmacológicas e psicológicas não são eficazes, a neurectomia dorsal seletiva (SDN) surge como uma opção inovadora e eficaz.

O que é a Neurectomia Dorsal Seletiva?

A SDN é uma técnica cirúrgica que remove seletivamente partes dos nervos dorsais do pênis, responsáveis pela hipersensibilidade da glande, uma das principais causas da Ejaculação Precoce. O procedimento busca reduzir a sensibilidade peniana sem comprometer a ereção e outras funções sexuais.

Durante a cirurgia, troncos nervosos com diâmetros inferiores a 1 mm e superiores a 2 mm são seccionados completamente, enquanto nervos com diâmetro entre 1 e 2 mm são parcialmente preservados. Essa abordagem garante um equilíbrio nervoso para minimizar riscos de dormência permanente.

Quem Pode se Beneficiar?

A SDN é indicada para homens com Ejaculação Precoce de longa duração, definida por ejaculações que ocorrem consistentemente dentro de 1 minuto após a penetração desde a primeira experiência sexual. Esse procedimento é especialmente útil para pacientes que:

  • Não respondem a tratamentos farmacológicos, como inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) ou anestésicos tópicos.
  • Desejam evitar o uso contínuo de medicamentos.
  • Procuram uma solução definitiva para a condição.

Como Funciona a Cirurgia?

Realizada sob anestesia local, a cirurgia segue os seguintes passos:

  1. Uma incisão é feita próxima ao sulco coronal para expor os nervos dorsais.
  2. Os nervos são identificados e analisados quanto ao diâmetro e distribuição.
  3. Nervos selecionados são seccionados e cauterizados.
  4. A incisão é fechada com pontos absorvíveis.

O tempo de recuperação é curto, permitindo aos pacientes retornarem às suas atividades habituais em poucas semanas.

neurectomia dorsal

J Sex Med 2019;16:522-530

Resultados Clínicos e Melhorias Percentuais

Um estudo controlado e randomizado realizado na China com 96 pacientes revelou melhorias impressionantes. Após a SDN:

  • O tempo de latência ejaculatória intravaginal (IELT) aumentou significativamente, de uma média de 39 segundos para 258 segundos no grupo tratado, representando um aumento de aproximadamente 561%.
  • A satisfação com o controle ejaculatório foi relatada por 81,8% dos pacientes submetidos à SDN, em comparação com apenas 4,2% no grupo controle (pacientes que realizaram apenas circuncisão).
  • A pontuação no Premature Ejaculation Diagnostic Tool (PEDT) diminuiu em cerca de 46,6%, indicando um alívio substancial dos sintomas de EP.

Taxa de Complicações

A SDN demonstrou ser segura, com complicações mínimas. Não foram relatados casos de dormência permanente na glande, infecção ou hematomas. Apenas 4,5% dos pacientes relataram alterações transitórias na sensibilidade da glande, que desapareceram durante o acompanhamento.

Benefícios a Longo Prazo

Em comparação com tratamentos farmacológicos, que exigem uso contínuo e podem levar à recidiva da EP após a suspensão, a SDN oferece uma solução mais duradoura. Além disso, elimina os efeitos colaterais associados ao uso de anestésicos tópicos, como irritação local ou transferência para o parceiro.

Considerações Finais

A neurectomia dorsal seletiva é um avanço significativo no tratamento da ejaculação precoce de longa duração. Sua alta eficácia (aumento de até 561% no IELT), aliada a uma baixa taxa de complicações, faz dela uma opção promissora para pacientes que buscam uma solução definitiva. No entanto, é essencial que o procedimento seja realizado por profissionais experientes, e que os pacientes sejam informados sobre os riscos e benefícios.

Deve ser indicada apenas como alternativa final, quando todas as tentativas de tratamento falharam, inclusive após a aplicação de ácido hialurônico na glande para fins de tratamento da Ejaculação Precoce resistente ao tratamento.

Essa terapia deve ser, assim, considerada uma opção viável, mas classificada como não convencional para a condução de casos de Ejaculação Precoce grave.