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Câncer de Próstata

O que é?

É um tumor (ou neoplasia) que atinge a próstata. Cerca de 99% dos casos são de um tipo chamado adenocarcinoma. Nesse tipo de doença as lesões são assintomáticas nas fases precoces, com sintomas surgindo apenas quando já ocorreu disseminação local ou a distância.

É uma neoplasia que atinge cerca de 1 a cada 6 homens após os 50 anos e que possui forte componente genético ou familiar. Quanto mais familiares com câncer prostático maior a possibilidade de um indivíduo na mesma família desenvolvê-lo.

Quais os sintomas?

Os sintomas do câncer não surgem nas fases iniciais, quando ele ainda é curável. Assim, os sintomas referem-se as fases avançadas da neoplasia e incluem os problemas de obstrução do fluxo urinário (como jato fraco, retenção urinária, dificuldade para iniciar a micção); dor óssea e fraturas patológicas, além de alguns quadros menos comuns como trombose de vasos.

O toque retal é bastante útil para o diagnóstico e deve sempre estar associado à avaliação do PSA. A constatação da presença de crescimento prostático benigno (HPB ou Aumento Prostático) não exclui a presença de tumor prostático, já que 10% – 30% dos homens podem apresentar uma neoplasia oculta.

A realização regular desses exames, contudo, é a melhor garantia de diagnóstico oportuno dos tumores prostáticos, já que não existem sinais de alarme na fase em que o tumor ainda é curável, a fase precoce ou inicial.

Como é feito o diagnóstico?

A suspeita do diagnóstico é levantada pelo exame de PSA aumentado ou pelo exame de toque da próstata com nódulos ou áreas endurecidas.

Em linhas gerais, consideramos como valor máximo de PSA=2,5. Esse limite pode variar bastante se considerarmos os extremos de idade e os fatores genéticos envolvidos no desenvolvimento do câncer de próstata, mas deve ser o guia para uma suspeita consistente do tumor na maioria dos pacientes.

Com a suspeita levantada pelo PSA e/ou pelo Exame da Próstata, o paciente deve ser submetido à Biópsia da Próstata, sob sedação. Esse procedimento é realizado sem a necessidade de internação, com o paciente sedado, retirando-se pelo menos 12 fragmentos de tecido prostático. Cada fragmento é encaminhado para um patologista experiente que através do microscópio poderá dizer se as amostras apresentam características de neoplasia maligna.

Caso o diagnóstico seja de tumor, ele deverá ser classificado com uma nota que varia de 6 a 10, chamada Escore de Gleason.

  • Tumores Gleason 6 são os menos agressivos.
  • Tumores Gleason 7 têm agressividade intermediária.
  • Tumores com nota 8, 9 e 10 são considerados agressivos.

Principais causas

As causas do Câncer de Próstata não são totalmente esclarecidas, de forma que não há conhecimento consistente sobre a biologia de seu surgimento.

O que se constata com segurança é que o passar dos anos predispõe ao seu surgimento, tornando-o pouco comum em homens com menos de 50 anos, mas atingindo um pico de diagnóstico aos 72 anos.

Sabemos também que a incidência do tumor é baixa em asiáticos (que nasceram e que vivem na Ásia).

A genética, por sua vez, tem um papel muito relevante no surgimento dos cânceres de próstata. Aproximadamente 9% de todos os casos e 40% dos casos de câncer em homens muito jovens têm origem familiar ou hereditária.

Na prática funciona assim:

  • 1 Familiar com câncer = 2 a 3 vezes de aumento no risco.
  • 2 Familiares com câncer = 4 vezes de aumento no risco.

Algo novo que pode trazer algum impacto prático é uma possível ligação entre o câncer de próstata e os genes que causam o câncer de mama (BRCA1 e BRCA2). Pode ser recomendado, no futuro, o estudo desses genes em homens com histórico de câncer de mama na família.

Tratamento

O tratamento do câncer de próstata depende de uma avaliação completa que determine a mais provável localização do tumor. Muitos pacientes precisarão realizar cintilografia óssea, ressonância nuclear magnética de abdome e pelve, além de um cuidadoso exame físico.

Quando confirmamos a localização restrita à próstata, podemos oferecer tratamento curativo realizando sua extração cirúrgica ou a radioterapia (o que também inclui a indicação de braquiterapia – uma modalidade de radioterapia).

Os tratamentos realizados com injeções ou comprimidos de hormônios não têm intuito curativo quando utilizados isoladamente, não sendo indicados para pacientes com doença localizada na próstata.

Em linhas gerais, a cirurgia é um tratamento que cura globalmente mais do que a radioterapia, mas traz o inconveniente de ser necessária internação com anestesia e trazer risco maior de diminuição da potência sexual. A radioterapia, a despeito de curar um pouco menos, é mais confortável para o paciente e tem efeito menor na parte sexual.

Em algumas situações, podemos classificar o câncer de próstata como uma modalidade de baixo risco chamada de Tumor Insignificante. Esses pacientes têm grandes chances de não sofrerem qualquer efeito da neoplasia e, por isso, podem ser cuidadosamente acompanhados (chamamos essa conduta de Watchful Waiting ou WW).

Atualmente, ainda podemos contar com tratamentos como a crioablação prostática e uma promessa de tratamento totalmente não invasivo chamada HiFU, que ainda não é eficiente, mas poderá se impor nos próximos 10 anos.

A cirurgia robótica, que chegou com grande pressão da indústria, possibilitou a evolução do tratamento cirúrgico por laparoscopia e tem mostrado excelentes resultados, comparáveis ao da cirurgia aberta clássica.

Tratamentos Alternativos

No caso do câncer de próstata, para a cura do tumor, é necessário extraí-lo, ou destruí-lo com irradiação, calor ou resfriamento. Em casos especiais, como vimos, não é errado apenas seguir os pacientes de forma cuidadosa.

Não há, contudo, um tratamento alternativo para a cura do câncer de próstata.

Como fazer a prevenção?

Existem algumas evidências de que a modificação na dieta pode contribuir para a prevenção do câncer de próstata. As principais medidas incluem reduzir ao máximo a ingestão de ácido alfa-linoleico, que está presente na carne vermelha e na manteiga. Por outro lado, deve-se procurar elevar a ingestão de isoflavonas e genisteína, presentes na soja.

Não há evidências de que o selênio e a vitamina E ajudem a prevenir o câncer de próstata, conforme mostrado em estudo publicado em 2010 com 32 mil voluntários.

A Finasterida é uma droga que pode diminuir o tamanho da próstata e que parece proteger contra o desenvolvimento dos tumores. Contudo, ela diminui a libido e, surpreendentemente, suspeita-se que possa despertar tumores agressivos.

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