Introdução
A ejaculação precoce (EP) é uma das disfunções sexuais masculinas mais comuns, afetando até 30% dos homens em algum momento da vida. Apesar de sua alta prevalência, ainda é cercada por tabus, subdiagnóstico e tratamento inadequado. Felizmente, os avanços da medicina têm permitido que muitos casos sejam tratados com eficácia, especialmente com o uso de medicamentos específicos, que podem atuar tanto de forma isolada quanto como parte de uma abordagem combinada.
Neste artigo, você vai conhecer os principais tratamentos medicamentosos para ejaculação precoce, entender como funcionam, quais são as evidências científicas por trás deles, e por que a abordagem individualizada é essencial para o sucesso terapêutico.
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O que é Ejaculação Precoce?
A definição mais aceita, segundo a International Society for Sexual Medicine (ISSM), caracteriza a ejaculação precoce como:
- Ejaculação que ocorre sempre ou quase sempre antes ou até 1 minuto após a penetração (forma primária), ou com tempo reduzido significativo em relação a experiências anteriores (forma secundária);
- Incapacidade de retardar a ejaculação durante o ato sexual;
- Consequente sofrimento pessoal, frustração ou impacto negativo no relacionamento.
A EP pode ter causas biológicas, psicológicas ou mistas, e sua abordagem deve considerar todos esses fatores.
Opções de Tratamento Medicamentoso
1. Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (ISRS)
São os medicamentos com maior respaldo científico no tratamento da EP. Eles aumentam os níveis de serotonina nas vias nervosas envolvidas no reflexo ejaculatório, ajudando a retardar a ejaculação.
Principais ISRS utilizados:
- Paroxetina
- Uso diário.
- Pode aumentar o tempo até a ejaculação em até 8 a 10 vezes.
- Efeitos colaterais: sonolência, redução da libido, disfunção erétil (em alguns casos).
- Sertralina
- Uso diário ou 4–6 horas antes da relação.
- Bem tolerada e com perfil de segurança favorável.
- Fluoxetina
- Alternativa em alguns casos, mas menos usada atualmente.
- Dapoxetina
- ISRS de ação ultracurta.
- Uso “on demand”, 1 a 3 horas antes da relação.
- Único aprovado especificamente para EP em diversos países.
- Menor risco de efeitos colaterais persistentes.
⚠️ Todos os ISRS devem ser usados sob acompanhamento médico, com ajustes individualizados da dose e monitoramento de efeitos adversos.
2. Anestésicos tópicos
São cremes ou sprays aplicados diretamente sobre o pênis, com o objetivo de reduzir a sensibilidade peniana.
Exemplos:
- Lidocaína + Prilocaína (EMLA)
- Spray de lidocaína em baixa concentração
Esses produtos devem ser aplicados cerca de 15 a 30 minutos antes da relação, e removidos com água antes da penetração para evitar dormência vaginal na parceira.
Indicado principalmente para casos com hipersensibilidade peniana, ou como opção complementar aos medicamentos orais.
3. Tramadol
Um analgésico opioide com efeito colateral conhecido de retardar a ejaculação. Pode ser utilizado sob prescrição médica, geralmente na dose de 25 a 50 mg antes da relação.
- Tem ação rápida, sendo útil como terapia “on demand”.
- Deve ser usado com cautela devido ao risco de dependência, náuseas e sonolência.
4. Tadalafil (uso combinado)
Embora não atue diretamente na ejaculação, o Tadalafil (5 mg/dia) pode melhorar a função erétil e a confiança sexual, o que indiretamente retarda a ejaculação em alguns homens. É comum seu uso associado a ISRS ou Dapoxetina, especialmente em casos de EP associada à disfunção erétil.
Abordagem Personalizada: Por Que é Fundamental?
A eficácia do tratamento depende de identificar a causa predominante da ejaculação precoce:
| Tipo de EP | Possível causa predominante | Estratégia principal |
|---|---|---|
| Primária (desde a primeira relação) | Alterações neurobiológicas (ex: serotonina) | ISRS (Paroxetina, Dapoxetina) |
| Secundária (início recente) | Ansiedade, estresse, disfunção erétil associada | Tramadol, Tadalafil + suporte psicológico |
| Focada na glande | Hipersensibilidade peniana | Anestésicos tópicos |
| Associada a desempenho | Medo de falhar ou insegurança | Psicoterapia + suporte farmacológico leve |
No Instituto Peyronie, a avaliação é realizada de forma individualizada, com base em protocolos modernos, exames específicos e um plano terapêutico que considera não apenas o medicamento, mas o homem como um todo.
Considerações sobre o Uso de Medicamentos
- O uso indiscriminado, por conta própria, pode trazer efeitos colaterais sérios.
- O tratamento ideal é aquele que combina medicação + suporte psicológico + reeducação sexual.
- A maioria dos medicamentos não cura a ejaculação precoce, mas ajuda a controlar os sintomas com segurança.
- O tempo de resposta varia entre pacientes, exigindo ajustes cuidadosos.
Quando Procurar Ajuda Especializada
Você deve buscar atendimento médico especialista se:
- O problema causa sofrimento frequente ou ansiedade;
- Há impacto no relacionamento afetivo-sexual;
- Outros tratamentos caseiros (como técnicas de distração ou uso de preservativo) não funcionam;
- Os medicamentos não funcionaram;
- Existe associação com disfunção erétil, baixa libido ou depressão.
O Instituto Peyronie é referência no diagnóstico e tratamento das disfunções sexuais masculinas, com abordagem moderna, ética e centrada na saúde sexual plena do paciente.
Conclusão
O tratamento medicamentoso da ejaculação precoce é uma das ferramentas mais importantes na reabilitação sexual masculina. Ele deve ser prescrito com critério, dentro de uma estratégia terapêutica completa, sempre respeitando o contexto clínico, psicológico e relacional do homem.
