Tratamento Clínico da Doença de Peyronie

O tratamento da Doença de Peyronie (DP) utiliza muitas ferramentas que incluem terapias cirurgias e clínicas, além de técnicas que poderíamos chamar de mecânicas.

Assim, dentre o grande leque de opções, pode ser indicado apenas observação, administração de medicamentos orais, tópicos ou intra-lesionais, terapias que tentar destruir a placa ou desorganizá-la e cirurgia.

Aconselhamento e observação podem ser importantes para homens com pequena curvatura e baixo impacto em suas vidas sexuais, mas muitos outros precisarão de ao menos uma forma de tratamento clínico ou não cirúrgico.

Uso de Medicamentos Sistêmicos

Há inumeráveis drogas para o tratamento da Doença de Peyronie e que atual com mais consistência na fase aguda do problema, quando a placa e a curvatura ainda não estão estáveis.

Como a maioria dos medicamentos não possuem efeito comprovado cientificamente, separei os tratamentos que possuem estudos realizados em Seres Humanos e que podem ser utilizados com um mínimo de evidência científica.

Procarbazina
Foi historicamente utilizado para tratamento da DP, mas não se mostrou eficaz em melhorar a curvatura ou em melhorar a placa. Efeitos adversos incluem sintomas gastro-intestinais, dores de cabeça e ansiedade

Vitamina E
Existem múltiplos estudos que avaliaram o uso da Vitamina E para o tratamento da DP, há base teórica para sua utilização, mas não existem evidências consistentes que comprovem seus benefícios. Um único estudo mostrou alguma melhora da curvatura com o uso de vitamina E em associação com litotripsia extra-corpórea. Vale a pena lembrar que o uso excessivo desta vitamina pode provocar eventos cardiovasculares indesejados e até perigosos.

Tamoxifeno
Esta droga atua modulando fatores inflamatórios e sua primeira utilização ocorreu em 1992 em um pequeno grupo de pacientes com Peyronie, demonstrando melhora da dor, da deformidade e do tamanho da placa. Estudo subsequentes, contudo, não conseguiram demonstrar esse benefício e os Guidelines Europeus de Urologia passaram a não recomendar essa droga no tratamento da DP.

Omega 3
O Omega 3 foi incluído recentemente no tratamento da DP, mas os estudos atuais não conseguiram demonstrar diferenças entre os grupos com o medicamento e o placebo.

Coenzima Q10
O mesmo ocorreu em relação aos grupos com medicamento e com o placebo: sem diferenças.

Colchicina
A Colchicina diminui a deposição de colágeno e fragmentação elástica em modelos com ratos. Estudo recente falhou em demonstrar benefício do uso da colchicina em relação ao placebo em humanos.

Para-aminobenzoato Potássico (Potaba)
Essa droga pode possuir efeitos antiinflamatórios e anti-oxidantes e foi primeiramente utilizada no tratamento da DP em 1959. Recentemente  alguns estudos comprovaram a utilidade de 500mg de  Potaba em diminuir o tamanho da placa com uso superior a 6 meses. A curvatura não diminui com o seu uso, mas os pacientes conseguem ter a doença estabilizada, sem progressão.

Tratamentos Trans-dérmicos e Intra-lesionais

Verapamil
Foi estudado via injeções no interior da placa com ou sem associação com Dexametasona e também na forma de gel tópico. Existem muitos estudos que comprovam e muitos que não corroboram o tratamento. Atualmente a Associação Européia de Urologia estabeleceu que a aplicação intra-lesional pode ser utilizada com possíveis benefícios.

Interferon
Associação Européia de Urologia estabeleceu que a aplicação intra-lesional de IFNalfa2B pode ser utilizada com possíveis benefícios.
(EAU guidelines on penile curvature.Hatzimouratidis K, Eardley I, Giuliano F, Hatzichristou D, Moncada I, Salonia A, Vardi Y, Wespes E, European Association of Urology Eur Urol. 2012 Sep; 62(3):543-52.)

Dissolução da Placa – Produto Injetável Sintético
Tratamento com resultados comprovados e utilizado para curvaturas leves ou moderadas preferencialmente durante a fase aguda. Possui alto custo (2mil USD por cada aplicação de uma série padrão com 6 aplicações) e não está disponível no Brasil. Atua estabilizando ou diminuindo o tamanho da placa e diminuindo o grau das curvaturas. Até pouco tempo atrás foi considerado o Gold Standard das terapias injetáveis intra-lesionais.

Atualização: recentemente terapias regenerativas tem se mostrado seguras e com resultados iniciais iguais ou superiores so uso do produto sintético. Estudos de diversos centros Europeus tem mostrado resultados relevantes e para uso durante a fase crônicas e também durante a fase aguda da doenca

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