Tratamento à base de Colchicina para Peyronie: Veja o que a literatura diz a respeito

O uso de Colchicina para Peyronie não é exatamente uma novidade. A sua eficiência costuma ser questionada entre pessoas portadoras da doença que causa curvatura peniana, já que se trata de uma abordagem não invasiva e, portanto, mais atraente para a maioria dos pacientes.

Mas atenção: é importante estar atento às promessas milagrosas que por vezes são encontradas na internet ou em laboratórios clandestinos. 

Para elucidar quanto às informações disponíveis em literaturas que abordam o tratamento à base de Colchicina para Peyronie, compilamos as principais informações nos tópicos abaixo. Confira:

Colchicina para Peyronie é realmente eficiente?

A potencial eficiência da Colchicina para Peyronie requer uma quantidade mais consistente de análise, uma vez que os resultados são divergentes em diferentes pesquisas, além de a literatura ainda ser limitada.

De acordo com informações divulgadas no bulário de um laboratório que comercializa fármaco à base de Colchicina, encontra-se a seguinte afirmação:

“A colchicina é eficaz no tratamento clínico da Doença de Peyronie nos casos com tempo de evolução inferior a um ano, atuando na redução do processo inflamatório que vai dar origem à placa fibrosa. Não tem seu uso bem estabelecido nos casos com longo tempo de evolução, quando a placa de fibrose já está plenamente formada”.

O resultado satisfatório do uso de Colchicina também é endossado por uma pesquisa publicada no International Journal of Impotence Research. No referido estudo, 60 pacientes portadores da doença de Peyronie durante a fase aguda foram submetidos ao tratamento com a substância.

Os resultados de longo prazo, com base em alternância de critérios objetivos e subjetivos, foram avaliados e fatores preditivos de resultados bem-sucedidos foram investigados. Na pesquisa, comprovou-se que após o tratamento, a deformidade peniana melhorou em 30% dos pacientes, permaneceu inalterada em 48,3% e piorou em 21,7%. 

A dor foi resolvida em 95% dos casos. Um fato importante a ser levado em consideração é que os melhores resultados foram obtidos nos voluntários sem fator de risco para doença vascular; que iniciaram o tratamento ainda nos primeiros seis meses iniciais da doença; com grau de curvatura inferior a 30°; e sem histórico de disfunção erétil.

Concluiu-se, portanto, que o uso de Colchicina para Peyronie, ainda na fase inicial, promoveu resultados satisfatórios dentre uma porcentagem de pacientes dentro dos critérios mencionados, mas também levou à piora em mais de 21%.

Em contrapartida, um outro estudo publicado em 2004 no International Journal of Impotence Research indicou que após análise de fatores objetivos e subjetivos, como no estudo anterior, não foi possível constatar diferença no tamanho da placa fibrosa formada no pênis ou na curvatura peniana dos 84 pacientes submetidos a tratamentos à base de Colchicina para Peyronie. 

O tratamento, que durou quinze meses, promoveu efeitos adversos significativos em alguns pacientes, e em dois casos o tratamento foi interrompido para garantir a segurança do voluntário. Portanto, concluiu-se que a colchicina não foi melhor do que a administração de placebo na melhora da dor, ângulo de curvatura ou tamanho da placa em pacientes com doença de Peyronie.

Podemos concluir, portanto, que o resultado do uso dessa substância não é unânime e pode, inclusive, representar perigo ao paciente ao fazer uso de forma indiscriminada, sem passar por avaliação e prescrição médica.

Fontes

https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/14973528/

https://static-webv8.jet.com.br/drogaosuper/Bulas/7896637024365.pdf

https://www.nature.com/articles/3900519

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