Terapia com Células-Tronco: Uma Nova Fronteira para o Tratamento da Fibrose Peniana e Disfunção Erétil

Doutor do instituto peyronie

NAtuRe ReviewS | UROLOGY volume 16 | FEBRUARY 2019

Entendendo a Fibrose Peniana

A fibrose peniana é uma consequência de um processo de cicatrização anormal e exagerado, no qual há acúmulo excessivo de proteínas da matriz extracelular, como colágeno e elastina. Esse fenômeno pode ocorrer em diferentes regiões do pênis:

  • Tunica albugínea – caracterizando a Doença de Peyronie, com formação de placas fibrosas que levam à curvatura peniana.
  • Corpos cavernosos – levando à perda de elasticidade, comprometimento do enchimento peniano e disfunção erétil persistente.
  • Corpus spongiosum – responsável pelas estenoses uretrais, que afetam o fluxo urinário.

Essas condições podem causar dor, deformidades, dificuldade para penetração e comprometimento da vida sexual e psicológica dos pacientes.


Causas e Fatores de Risco

A fibrose peniana pode surgir após:

  • Microtraumas repetitivos durante relações sexuais (principal fator da Doença de Peyronie).
  • Diabetes mellitus e doenças vasculares, que causam dano endotelial e hipóxia crônica.
  • Cirurgias pélvicas, como a prostatectomia radical, que podem lesar os nervos cavernosos.
  • Priapismo isquêmico prolongado, que leva à necrose tecidual e cicatrização excessiva.

Com o tempo, a matriz extracelular se acumula de forma irreversível, reduzindo a complacência dos corpos cavernosos e dificultando a ereção.


Limitações dos Tratamentos Atuais

Atualmente, as opções para reverter a fibrose são restritas. Existem abordagens cirúrgicas (como correção de curvatura ou implante de prótese), mas estas são invasivas e indicadas apenas em estágios avançados. Terapias medicamentosas, como a colchicina ou vitamina E, mostraram resultados limitados ou inconsistentes. Por isso, novas estratégias têm sido exploradas — e é nesse contexto que entram as terapias regenerativas com células-tronco.


O Papel das Células-Tronco na Regeneração

As células-tronco, especialmente as mesenquimais (MSCs), são capazes de:

  • Auto-renovação e diferenciação em células maduras (músculo liso, endoteliais).
  • Secreção de fatores paracrinos – como fatores de crescimento, citocinas e microRNAs – que modulam inflamação, angiogênese e remodelamento tecidual.
  • Função imunomoduladora – criando um microambiente que reduz inflamação e limita a ativação de miofibroblastos, células-chave na produção de colágeno.
  • Degradação de matriz excessiva – pela liberação de metaloproteinases (MMPs), equilibrando o excesso de tecido cicatricial.

Essas propriedades tornam as MSCs “minifábricas de medicamentos”, capazes de atuar em múltiplos pontos da cascata fibrogênica.


Evidências Pré-Clínicas: Resultados Promissores

Diversos estudos em modelos animais demonstraram:

  • Melhora da função erétil medida por pressão intracavernosa após aplicação intracavernosa de células-tronco.
  • Redução da proporção colágeno/músculo liso nos corpos cavernosos, sugerindo reversão parcial da fibrose.
  • Aumento de enervação nitrérgica e vascularização (angiogênese), restaurando o aporte sanguíneo.
  • Resultados potencializados quando as células foram geneticamente modificadas para expressar fatores como VEGF ou HGF, que estimulam angiogênese e regeneração.

Estudos também exploraram combinações com hidrogéis neurotróficos ou aplicação periprostática, mostrando prevenção de fibrose após lesão de nervos cavernosos, simulando o que ocorre na cirurgia de próstata


Aplicações para Peyronie e Estenose Uretral

Nos modelos experimentais de Peyronie, a injeção de células-tronco na túnica albugínea reduziu a formação de placas e melhorou a elasticidade do tecido. Em estenoses uretrais induzidas por TGF-β1 em ratos, a aplicação de MSCs reduziu significativamente a deposição de colágeno e restaurou o lúmen uretral

Esses resultados apontam para um potencial uso preventivo e terapêutico em pacientes nas fases iniciais da doença.


Desafios e Questões em Aberto

Apesar do entusiasmo, ainda há questões a serem respondidas antes da ampla aplicação clínica:

  • Fonte ideal de células (medula óssea, tecido adiposo, cordão umbilical).
  • Dose e frequência de aplicação.
  • Via de administração (intracavernosa, sistêmica, periprostática).
  • Risco de efeitos adversos ou respostas pró-fibróticas em determinados contextos inflamatórios.
  • Regulamentação e padronização da produção em ambiente GMP.

Estudos clínicos em humanos ainda são escassos, mas os primeiros resultados são animadores, mostrando melhora no escore IIEF e aumento do fluxo sanguíneo peniano em Doppler após injeções de MSCs.


Perspectivas Futuras

A tendência é que, nos próximos anos, protocolos combinando células-tronco, fatores de crescimento e terapias físicas (como ondas de choque e PRP) sejam refinados para oferecer resultados mais duradouros. O objetivo é tratar não apenas o sintoma (a dificuldade de ereção), mas a causa estrutural, restaurando a integridade do tecido peniano.


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