Ao procurar na internet ou em consultórios médicos informações sobre o tratamento da Doença de Peyronie, muitos pacientes se deparam com a recomendação do uso de vitamina E. Trata-se de um dos tratamentos mais antigos citados na literatura, mas que hoje é considerado, pela medicina baseada em evidências, como ineficaz e, em alguns casos, até potencialmente prejudicial.
A pergunta que muitos pacientes fazem é:
“Qual é a posologia da vitamina E para tratar a Doença de Peyronie?”
A resposta curta, direta e objetiva é:
Nenhuma. A vitamina E não tem indicação para o tratamento da Doença de Peyronie.
Neste artigo, você entenderá:
- Por que a vitamina E foi utilizada no passado.
- O que a literatura científica atual diz sobre sua eficácia.
- E, principalmente, por que ela não faz parte do método S.T.E.P. do Instituto Peyronie.
Por que a vitamina E foi utilizada no tratamento da Doença de Peyronie?
A partir das décadas de 1940 e 1950, surgiram hipóteses de que a vitamina E, por ser um antioxidante lipofílico, poderia ter efeitos benéficos na redução do estresse oxidativo e, consequentemente, na formação da fibrose que caracteriza a Doença de Peyronie.
Essa hipótese levou à realização de pequenos estudos, muitos deles sem grupo controle, que sugeriram algum benefício subjetivo na redução da dor e, em alguns casos, na estabilização da curvatura.
A partir daí, a vitamina E passou a ser recomendada empiricamente, muitas vezes com posologias variando de 400 a 1600 UI por dia, sem qualquer padronização e, mais grave, sem respaldo científico robusto.
O que diz a literatura científica atual?
Estudos clínicos controlados e revisões sistemáticas dos últimos 20 anos foram categóricos:
A vitamina E não tem efeito significativo na redução da curvatura, no tamanho da placa, nem na melhora da função erétil em pacientes com Doença de Peyronie.
🔬 Principais evidências científicas:
- Riedl et al., 2010:
Estudo randomizado controlado demonstrou que a vitamina E não teve efeito sobre a curvatura peniana, a dor ou o tamanho da placa, quando comparada ao placebo. - Cocci et al., 2018 (Revisão sistemática e meta-análise):
Concluiu que não há benefício clínico relevante no uso da vitamina E, isoladamente ou combinada, para qualquer desfecho da Doença de Peyronie. - Diretrizes da AUA (American Urological Association) e da EAU (European Association of Urology):
Ambas as entidades não recomendam o uso da vitamina E no tratamento da Doença de Peyronie, seja na fase aguda ou crônica.
Além de ineficaz, a vitamina E pode ser perigosa?
Sim. Embora seja frequentemente considerada inofensiva, doses altas e prolongadas de vitamina E não são livres de risco.
⚠️ Riscos documentados incluem:
- Aumento do risco de arritmias cardíacas, especialmente em indivíduos predispostos.
- Maior risco de acidente vascular cerebral hemorrágico.
- Distúrbios da coagulação.
- Náusea, diarreia e distúrbios gastrointestinais em altas doses.
Estudos populacionais sugerem que suplementação crônica de vitamina E em doses acima de 400 UI/dia pode aumentar o risco de eventos cardiovasculares adversos.
📚 PubMed – Miller et al., 2005
A vitamina E faz parte do método S.T.E.P.?
Definitivamente, não.
O método S.T.E.P., adotado no Instituto Peyronie, é baseado em três pilares:
- Medicina de precisão.
- Rigor científico absoluto.
- Foco em terapias comprovadas, seguras e eficazes.
Por isso, o protocolo não inclui vitamina E, nem isoladamente, nem combinada, em nenhuma fase do tratamento, seja ele medicamentoso, regenerativo ou cirúrgico.
Quais são os medicamentos realmente utilizados no método S.T.E.P.?
No protocolo medicamentoso do método S.T.E.P., são utilizados apenas fármacos que possuem base científica robusta e segurança clínica:
✅ Pentoxifilina
- Ação antifibrótica e antioxidante.
- Reduz a progressão da fibrose.
✅ Tadalafila em baixa dose (uso diário)
- Melhora a vascularização peniana.
- Potencial ação protetora da túnica albugínea.
✅ Coenzima Q10
- Potente antioxidante.
- Redução do estresse oxidativo.
Existe algum cenário em que a vitamina E poderia ser usada?
Não no contexto da Doença de Peyronie.
Nem como monoterapia, nem como coadjuvante.
Toda e qualquer recomendação nesse sentido está baseada em práticas desatualizadas, sem respaldo nas diretrizes atuais da urologia mundial.
Conclusão: Qual a posologia da vitamina E para a Doença de Peyronie?
Nenhuma. A vitamina E não deve ser usada no tratamento da Doença de Peyronie.
- Não funciona.
- Não altera a evolução da doença.
- Não reduz a curvatura.
- Pode ser prejudicial em doses altas.
O caminho correto é adotar um protocolo baseado na medicina de precisão, na melhor evidência científica e que oferece reais chances de sucesso — como o método S.T.E.P. desenvolvido no Instituto Peyronie.
Se você está em tratamento com vitamina E ou foi orientado a utilizá-la, recomendamos fortemente que busque uma avaliação com especialistas atualizados e capacitados.
