O que provoca a doença Peyronie?

banana com doenca de peyronie

Fatores genéticos e predisposição hereditária na doença de Peyronie

A doença de Peyronie, uma condição médica que afeta o tecido do pênis, pode resultar em curvatura, dor durante a ereção e, em casos graves, dificuldade significativa para a realização do ato sexual. Embora a causa exata ainda seja objeto de estudo, pesquisas recentes têm lançado luz sobre os fatores genéticos e a predisposição hereditária associados a esta condição, oferecendo novas perspectivas sobre sua fisiopatologia e potenciais abordagens terapêuticas.

A doença de Peyronie é caracterizada pela formação de placas fibrosas no tecido peniano, especificamente na túnica albugínea, que é a camada de tecido que envolve os corpos cavernosos responsáveis pela ereção. Esta fibrose pode causar a curvatura peniana ao interferir na flexibilidade normal do pênis durante a ereção. A dor, um sintoma comum, geralmente ocorre devido à tensão sobre estas placas durante a ereção.

Estudos estatísticos indicam que a prevalidade da doença de Peyronie varia, mas pode afetar entre 3% a 9% dos homens, com uma incidência maior em indivíduos de meia-idade ou mais velhos. No entanto, o que tem intrigado os pesquisadores é a observação de que em alguns casos, a doença parece ter um componente familiar. Isso sugere que fatores genéticos podem desempenhar um papel significativo na predisposição de um indivíduo a desenvolver esta condição.

Pesquisas genéticas têm identificado algumas variantes genéticas que podem estar associadas ao aumento do risco de desenvolver a doença de Peyronie. Estudos publicados revelam que mutações ou variações em certos genes que regulam a produção de colágeno e a resposta inflamatória podem contribuir para a formação anormal de tecido fibroso no pênis. Por exemplo, uma pesquisa identificou que variantes no gene que codifica a enzima transformadora do crescimento beta (TGF-β), que desempenha um papel crucial na cicatrização de feridas e na fibrose, estão mais frequentemente presentes em pacientes com a doença de Peyronie.

Além disso, a predisposição hereditária pode não ser apenas uma questão de genética direta. Fatores epigenéticos, que são influências ambientais que afetam a expressão gênica sem alterar o DNA subjacente, também podem ter um papel. Por exemplo, traumas ou lesões no pênis, que são considerados fatores de risco para a doença de Peyronie, podem alterar a expressão gênica em indivíduos predispostos, exacerbando a resposta fibrosa.

A compreensão da fisiopatologia da doença de Peyronie e dos fatores genéticos envolvidos pode abrir caminho para tratamentos mais direcionados. Atualmente, as opções de tratamento variam desde intervenções médicas, como injeções de agentes que quebram o tecido fibroso, até procedimentos cirúrgicos para corrigir a curvatura do pênis. No entanto, tratamentos futuros poderiam incluir terapias genéticas ou moduladores de expressão gênica que poderiam prevenir a formação de fibrose ou até mesmo reverter o processo.

Em conclusão, enquanto a doença de Peyronie continua sendo uma condição complexa e muitas vezes frustrante para os afetados, os avanços na compreensão dos seus aspectos genéticos e hereditários estão fornecendo esperança para abordagens terapêuticas mais eficazes no futuro. A pesquisa continua sendo crucial para desvendar completamente os mistérios desta doença enigmática e para oferecer melhores soluções para aqueles que sofrem com suas consequências.

Impacto de traumas ou lesões penianas repetitivas na formação de fibrose

A doença de Peyronie, uma condição que afeta o tecido do pênis, pode causar dor, curvatura anormal e disfunção erétil. A etiologia desta doença ainda é objeto de estudo, mas a correlação entre traumas ou lesões penianas repetitivas e o desenvolvimento de fibrose no pênis é uma das teorias mais aceitas pela comunidade científica. Este artigo explora como esses traumas podem levar à formação de fibrose, um componente chave na patologia da doença de Peyronie.

Inicialmente, é importante entender que o pênis é composto por três áreas principais de tecido: dois corpos cavernosos e um corpo esponjoso. Os corpos cavernosos são particularmente relevantes no contexto da doença de Peyronie, pois são eles que se enchem de sangue e expandem durante a ereção. Quando ocorre um trauma, seja ele leve mas repetitivo ou um incidente isolado mais severo, pode haver danos aos pequenos vasos sanguíneos e ao tecido conjuntivo dentro destes corpos cavernosos.

Estudos estatísticos indicam que muitos pacientes com Peyronie possuem um histórico de microtraumas penianos, que frequentemente passam despercebidos pelo paciente. Por exemplo, atividades que exercem pressão sobre o pênis, como relações sexuais particularmente vigorosas ou acidentes durante atividades esportivas, podem ser suficientes para iniciar o processo patológico. A pesquisa publicada no “Journal of Sexual Medicine” sugere que mais de 75% dos pacientes com Peyronie podem identificar um evento traumático específico que precedeu os sintomas da doença.

A fisiopatologia do processo começa com o trauma que causa uma ruptura ou dano no tecido interno do pênis. O corpo naturalmente tenta reparar esse dano através de um processo de cicatrização. No entanto, em alguns casos, esse processo de cicatrização não ocorre de maneira adequada, levando à formação de tecido fibroso. Este tecido fibroso, ou placa, não é tão elástico quanto o tecido normal do pênis, o que pode levar à curvatura peniana quando o pênis está ereto.

A formação de fibrose é, portanto, uma resposta anormal à cicatrização, e a razão pela qual alguns homens desenvolvem essa resposta enquanto outros não, ainda é uma questão de investigação. Fatores genéticos podem desempenhar um papel, assim como a saúde geral do tecido conectivo de um indivíduo. Além disso, a idade também parece ser um fator relevante, com a doença ocorrendo mais frequentemente em homens na meia-idade ou mais velhos.

O impacto dessa fibrose é significativo. Além da curvatura e da dor, que podem impedir ou dificultar a atividade sexual, a doença de Peyronie pode também afetar a autoestima e a saúde mental do paciente. Tratamentos variam desde intervenções médicas, como injeções de agentes que tentam quebrar a fibrose, até procedimentos cirúrgicos para remover a placa fibrosa.

Em conclusão, enquanto a doença de Peyronie continua a ser um desafio tanto para pacientes quanto para médicos, entender o papel dos traumas penianos na sua etiologia é um passo crucial para o desenvolvimento de estratégias de prevenção e tratamento mais eficazes. A pesquisa continua a evoluir, e com ela, a esperança de melhores resultados para aqueles afetados por esta condição debilitante.

Relação entre cirurgias urológicas e o desenvolvimento da doença de Peyronie

A doença de Peyronie, uma condição médica que afeta o tecido do pênis, tem intrigado profissionais de saúde e pacientes devido à sua complexa etiologia e impacto significativo na qualidade de vida. Estudos recentes têm explorado diversas facetas desta condição, incluindo a possível relação entre procedimentos cirúrgicos urológicos e o desenvolvimento da doença. A compreensão desta conexão é crucial, pois pode influenciar tanto as estratégias de prevenção quanto as opções de tratamento para os afetados.

Inicialmente, é importante entender a fisiopatologia da doença de Peyronie para apreciar como intervenções cirúrgicas podem estar relacionadas. A condição é caracterizada pela formação de placas fibrosas no tecido peniano, o que pode levar à curvatura anormal, dor durante ereções e dificuldades na função sexual. Acredita-se que o trauma, seja ele leve ou significativo, seja um gatilho primário para o desenvolvimento dessas placas. Durante procedimentos cirúrgicos urológicos, especialmente aqueles envolvendo manipulação direta do pênis ou áreas adjacentes, pode ocorrer trauma inadvertido. Este trauma pode iniciar ou exacerbar o processo fibrótico que leva à doença de Peyronie.

Além disso, dados estatísticos de estudos publicados oferecem insights sobre a prevalência e os riscos associados. Por exemplo, uma revisão sistemática de estudos observacionais sugeriu que homens submetidos a certos tipos de cirurgias urológicas, como a prostatectomia radical, podem ter um risco ligeiramente aumentado de desenvolver a doença de Peyronie. Embora a causalidade direta não possa ser definitivamente estabelecida devido à natureza multifatorial da doença, esses achados são significativos. Eles sugerem que o trauma cirúrgico pode perturbar o equilíbrio do tecido peniano, facilitando a formação de fibrose.

A relação entre cirurgias urológicas e a doença de Peyronie também é apoiada por estudos que examinam os mecanismos moleculares envolvidos no processo de cicatrização e fibrose. Pesquisas indicam que a resposta inflamatória a um trauma cirúrgico pode levar ao aumento da expressão de certos fatores de crescimento e citocinas que promovem a fibrose. Este ambiente molecular alterado pode ser particularmente propenso à formação de placas fibrosas se o trauma ocorrer em um contexto de predisposição genética ou outros fatores de risco.

No entanto, é crucial notar que a maioria dos pacientes que passam por cirurgias urológicas não desenvolve a doença de Peyronie. Isso sugere que outros fatores, como genética, condições de saúde subjacentes e até mesmo o estilo de vida, podem desempenhar papéis significativos. Portanto, enquanto a cirurgia pode ser um fator contribuinte, ela não é nem necessária nem suficiente por si só para causar a doença.

Em conclusão, embora a relação entre cirurgias urológicas e o desenvolvimento da doença de Peyronie seja complexa e ainda não totalmente compreendida, os dados disponíveis sugerem uma conexão potencial. Este conhecimento pode ser útil para urologistas e pacientes ao considerarem os riscos e benefícios de procedimentos cirúrgicos específicos. Além disso, pode incentivar a pesquisa contínua para elucidar mais completamente os mecanismos subjacentes e, eventualmente, levar a estratégias mais eficazes para prevenir e tratar esta condição desafiadora.

Influência de distúrbios autoimunes na patogênese da doença de Peyronie

A doença de Peyronie, uma condição que provoca o desenvolvimento de tecido fibroso anormal no pênis, resultando em curvatura, deformidade e, muitas vezes, dor durante as ereções, tem intrigado os profissionais de saúde por décadas. Embora a etiologia exata dessa doença ainda não seja completamente compreendida, estudos recentes têm explorado a possível ligação entre distúrbios autoimunes e a patogênese da doença de Peyronie, oferecendo novas perspectivas sobre suas causas e mecanismos subjacentes.

Distúrbios autoimunes ocorrem quando o sistema imunológico do corpo ataca por engano tecidos saudáveis, e a hipótese de que um mecanismo similar poderia estar envolvido na doença de Peyronie é apoiada por várias linhas de evidência. Por exemplo, a presença de anticorpos antinucleares, que são frequentemente encontrados em condições autoimunes, também foi observada em alguns pacientes com Peyronie, sugerindo uma possível reação autoimune.

Além disso, a inflamação é um componente central tanto em distúrbios autoimunes quanto na doença de Peyronie. Estudos histológicos mostram que, nas fases iniciais da Peyronie, há uma infiltração significativa de células inflamatórias no tecido peniano. Essas células inflamatórias podem liberar citocinas e outros mediadores inflamatórios que promovem a formação de fibrose e a subsequente deformidade peniana.

A progressão da doença de Peyronie também tem sido associada a traumas ou lesões no pênis. Embora muitos homens possam não se lembrar de um evento traumático específico, microtraumas repetidos durante a atividade sexual podem desencadear uma resposta inflamatória exagerada em indivíduos suscetíveis. Essa resposta pode ser exacerbada em pacientes com predisposição autoimune, onde o sistema imunológico já está em um estado de hiperatividade.

Estudos estatísticos também apoiam a conexão entre autoimunidade e Peyronie. Uma análise de grandes bases de dados revelou que homens com doença de Peyronie têm maior probabilidade de ter outras condições autoimunes, como a doença de Crohn e a esclerose múltipla. Essa correlação sugere que processos imunológicos comuns podem estar envolvidos em ambas as condições.

No entanto, apesar dessas associações intrigantes, é importante notar que a relação entre distúrbios autoimunes e a doença de Peyronie ainda não é totalmente compreendida. A complexidade dos sistemas imunológico e endócrino, juntamente com a variabilidade individual em resposta a lesões e inflamações, significa que mais pesquisas são necessárias para desvendar completamente os mecanismos subjacentes.

Em conclusão, a investigação da influência de distúrbios autoimunes na patogênese da doença de Peyronie é um campo promissor que pode não apenas melhorar nossa compreensão dessa condição enigmática, mas também abrir caminho para novas abordagens terapêuticas. À medida que continuamos a explorar a intersecção entre autoimunidade e saúde urogenital, é provável que descubramos insights mais profundos que beneficiarão os pacientes afetados por essa condição desafiadora.

Efeitos da idade e alterações hormonais na prevalência da doença de Peyronie

A doença de Peyronie, uma condição que afeta o tecido do pênis, resultando em curvatura anormal, dor e, em alguns casos, disfunção erétil, tem intrigado os profissionais de saúde quanto às suas causas e mecanismos subjacentes. Estudos recentes têm lançado luz sobre como fatores como a idade e as alterações hormonais podem influenciar a prevalência desta condição, oferecendo novas perspectivas sobre sua fisiopatologia e potenciais abordagens de tratamento.

À medida que os homens envelhecem, ocorrem mudanças significativas no tecido conjuntivo e na vascularização do pênis. Estas alterações são consideradas fatores de risco para o desenvolvimento da doença de Peyronie. Com o avanço da idade, o corpo produz menos colágeno e outras proteínas estruturais, o que pode contribuir para a fragilidade dos tecidos. Além disso, a circulação sanguínea diminuída pode prejudicar a capacidade de reparo do tecido, facilitando a formação de placas fibrosas características da doença de Peyronie.

Além dos efeitos da idade, as alterações hormonais desempenham um papel crucial na prevalência desta condição. A testosterona, o principal hormônio sexual masculino, tem um papel importante na regulação da saúde dos tecidos penianos. Estudos indicam que níveis reduzidos de testosterona, comuns em homens mais velhos, estão associados a um aumento no risco de desenvolver a doença de Peyronie. A deficiência de testosterona pode comprometer a elasticidade do tecido peniano, tornando-o mais suscetível a lesões durante a atividade sexual, o que pode iniciar o processo patológico da doença.

A fisiopatologia da doença de Peyronie ainda não é completamente entendida, mas acredita-se que a condição comece com um trauma ou lesão no pênis. Este trauma pode não ser significativo o suficiente para ser notado pelo indivíduo no momento em que ocorre. No entanto, a resposta de cicatrização do corpo pode ser exagerada devido aos fatores de risco mencionados anteriormente, levando à formação de tecido fibroso. Com o tempo, este tecido pode se tornar uma placa dura, causando a curvatura peniana característica da doença.

A prevalência da doença de Peyronie varia, mas estudos sugerem que ela é mais comum em homens com mais de 50 anos. Esta informação é crucial para entender a dinâmica da doença e para o desenvolvimento de estratégias de prevenção e tratamento. Por exemplo, a terapia de reposição hormonal pode ser uma opção para homens com deficiência de testosterona, potencialmente reduzindo o risco de desenvolvimento ou progressão da doença.

Em conclusão, a doença de Peyronie é uma condição complexa influenciada por uma combinação de fatores de risco relacionados à idade e alterações hormonais. Compreender esses fatores é essencial para desenvolver abordagens terapêuticas mais eficazes e para melhorar a qualidade de vida dos indivíduos afetados. À medida que mais pesquisas são realizadas, espera-se que novas descobertas possam oferecer insights adicionais sobre a prevenção e o manejo desta desafiadora condição médica.

Associação entre doenças vasculares e a incidência da doença de Peyronie

A doença de Peyronie, uma condição médica que afeta o tecido do pênis, tem intrigado profissionais de saúde e pacientes devido à sua complexa etiologia e impacto significativo na qualidade de vida. Estudos recentes têm explorado a associação entre doenças vasculares e a incidência da doença de Peyronie, revelando insights importantes sobre os mecanismos subjacentes que podem contribuir para o seu desenvolvimento.

A doença de Peyronie caracteriza-se pela formação de placas fibrosas no tecido peniano, o que pode levar à curvatura dolorosa do pênis durante a ereção. Esta condição não só afeta a função sexual, mas também pode causar significativo desconforto emocional. A prevalência da doença varia, mas estima-se que afete entre 3% a 9% dos homens, com uma incidência maior em indivíduos de meia-idade ou mais velhos.

A relação entre doenças vasculares e a doença de Peyronie tem sido um foco de pesquisa intensiva. Doenças vasculares, como a aterosclerose, podem comprometer o fluxo sanguíneo em várias partes do corpo, incluindo o pênis. A redução do fluxo sanguíneo pode levar à hipoxia dos tecidos, que é uma condição onde o tecido não recebe oxigênio suficiente. A hipoxia pode, por sua vez, induzir a fibrose, ou o espessamento e a cicatrização do tecido conectivo, que é uma característica central da doença de Peyronie.

Além disso, a inflamação desempenha um papel crucial na patogênese da doença de Peyronie. Estudos têm mostrado que condições inflamatórias crônicas, que são comuns em doenças vasculares, podem estimular a produção de substâncias no corpo que promovem a formação de tecido fibroso. Por exemplo, o fator de crescimento transformador-beta (TGF-β), uma citocina fortemente envolvida em processos inflamatórios e fibroticos, tem sido identificado em altas concentrações nas placas de Peyronie.

A pesquisa também sugere que microtraumas repetidos no pênis — que podem passar despercebidos pelo indivíduo — podem iniciar o processo de fibrose em indivíduos predispostos. Em contextos de má circulação sanguínea, como é o caso em doenças vasculares, a capacidade de cura do tecido é comprometida, potencializando a formação de fibrose após tais microtraumas.

Estudos estatísticos corroboram a ligação entre doenças vasculares e a doença de Peyronie. Uma análise de dados de um grande estudo de coorte revelou que homens com doenças vasculares tinham uma probabilidade significativamente maior de desenvolver a doença de Peyronie em comparação com aqueles sem tais condições. Esses achados são consistentes com a hipótese de que a saúde vascular comprometida pode ser um fator de risco para o desenvolvimento da doença.

Em suma, a associação entre doenças vasculares e a doença de Peyronie é sustentada por uma combinação de alterações fisiopatológicas, incluindo comprometimento do fluxo sanguíneo, hipoxia tecidual, inflamação crônica e resposta fibrotica subsequente. Compreender esses mecanismos não só ajuda a elucidar a etiologia da doença de Peyronie, mas também pode orientar estratégias terapêuticas futuras que visem tanto a prevenção quanto o tratamento, melhorando assim a qualidade de vida dos pacientes afetados.

Papel da inflamação e resposta cicatricial anormal na doença de Peyronie

A doença de Peyronie, uma condição que afeta o tecido do pênis, pode ser uma fonte de desconforto significativo e de preocupação para os homens afetados. Esta doença é caracterizada pela formação de placas fibrosas ou cicatrizes no tecido peniano, o que pode levar à curvatura, dor durante ereções e, em casos graves, dificuldades na função sexual. A compreensão dos mecanismos subjacentes que provocam a doença de Peyronie é crucial para desenvolver tratamentos eficazes e para aconselhar os pacientes sobre as melhores opções de manejo.

A inflamação e a resposta cicatricial anormal são dois componentes centrais na patogênese da doença de Peyronie. Estudos estatísticos e pesquisas publicadas têm mostrado que a doença muitas vezes se desenvolve após um trauma, mesmo que leve, no pênis. Este trauma pode não ser notado pelo paciente ou pode ser resultado de atividades normais como relações sexuais. O trauma induz uma resposta inflamatória localizada que, em indivíduos predispostos, pode se tornar exagerada.

Durante o processo inflamatório, células inflamatórias são recrutadas para o local do trauma para iniciar o processo de cura. Normalmente, este processo é benéfico e necessário para a reparação de tecidos. No entanto, na doença de Peyronie, esta resposta inflamatória pode ser excessiva e desregulada, levando ao desenvolvimento de tecido fibroso mais denso do que o normal. A formação deste tecido fibroso, ou placa, é uma tentativa do corpo de reparar o dano, mas também é o que causa a rigidez e a curvatura característica do pênis afetado pela doença.

Além disso, a resposta cicatricial anormal na doença de Peyronie pode ser influenciada por fatores genéticos. Alguns estudos sugerem que uma predisposição genética pode afetar a maneira como o tecido peniano responde ao trauma e à inflamação. Isso pode explicar por que alguns homens desenvolvem a doença enquanto outros, expostos a traumas semelhantes, não.

A complexidade da resposta cicatricial na doença de Peyronie é evidenciada pela variedade de células e moléculas envolvidas. Células como fibroblastos e miofibroblastos desempenham um papel crucial na síntese de colágeno, uma componente chave do tecido cicatricial. No entanto, na doença de Peyronie, a atividade destas células é alterada, levando à produção excessiva de colágeno e à formação de placas fibrosas.

O entendimento destes processos no nível molecular tem sido aprimorado por estudos recentes que exploram os caminhos bioquímicos envolvidos na inflamação e na fibrose. Por exemplo, a via do TGF-beta, conhecida por sua função na regulação da resposta cicatricial e fibrose em outros tecidos do corpo, também tem sido implicada na doença de Peyronie. A modulação desta via pode oferecer novas abordagens terapêuticas para tratar ou até prevenir a progressão da doença.

Em resumo, a doença de Peyronie é um exemplo claro de como uma resposta cicatricial anormal e a inflamação podem contribuir para condições patológicas. A pesquisa contínua é essencial para desvendar completamente os mecanismos moleculares e celulares que contribuem para esta doença, o que poderá levar ao desenvolvimento de intervenções mais eficazes. Com uma melhor compreensão da fisiopatologia da doença de Peyronie, os médicos poderão oferecer melhores opções de tratamento e esperança para os homens afetados por esta condição desafiadora.

Correlação entre o uso de certos medicamentos e o risco de desenvolver doença de Peyronie

A doença de Peyronie, uma condição médica que afeta o tecido do pênis, tem intrigado profissionais de saúde e pacientes devido à sua complexa etiologia e impacto significativo na qualidade de vida. Esta condição é caracterizada pela formação de placas fibrosas no tecido peniano, levando a curvaturas anormais, dor e, em alguns casos, disfunção erétil. A compreensão dos fatores que contribuem para o desenvolvimento da doença de Peyronie é crucial para o desenvolvimento de estratégias eficazes de prevenção e tratamento.

Recentemente, estudos têm explorado a correlação entre o uso de certos medicamentos e o risco de desenvolver a doença de Peyronie. Estes estudos são fundamentais, pois oferecem insights sobre possíveis mecanismos fisiopatológicos e ajudam a identificar grupos de risco que podem se beneficiar de intervenções preventivas. Um dos grupos de medicamentos que tem sido associado à doença Peyronie são os bloqueadores dos canais de cálcio, utilizados comumente no tratamento de hipertensão e outras condições cardiovasculares. A hipótese é que esses medicamentos podem interferir na circulação sanguínea e na saúde dos tecidos do pênis, promovendo alterações que favorecem a formação de placas fibrosas.

Além disso, alguns estudos sugerem que medicamentos anti-inflamatórios e tratamentos hormonais também podem estar relacionados ao aumento do risco de desenvolver a doença. Por exemplo, a terapia com testosterona, que é frequentemente prescrita para tratar sintomas de deficiência hormonal em homens, tem sido associada em alguns estudos com um aumento na incidência da doença de Peyronie. Acredita-se que alterações nos níveis hormonais possam influenciar a saúde do tecido conectivo no pênis, predispondo à formação de fibrose.

A fisiopatologia da doença Peyronie ainda não é completamente entendida, mas acredita-se que uma combinação de trauma mecânico e predisposição genética seja crucial para o desenvolvimento da condição. O trauma, seja ele leve ou severo, pode causar pequenas lesões no tecido peniano. Em indivíduos suscetíveis, essas lesões podem não cicatrizar adequadamente, levando à formação de tecido fibroso. Quando medicamentos alteram a resposta inflamatória ou a cicatrização, eles podem inadvertidamente contribuir para esse processo patológico.

É importante notar que, embora essas correlações sejam significativas, elas não necessariamente indicam uma relação de causa e efeito direta. Muitos homens que usam esses medicamentos nunca desenvolvem a doença de Peyronie, e muitos casos da doença ocorrem sem um histórico claro de uso desses medicamentos. Portanto, mais pesquisas são necessárias para esclarecer essas relações e entender melhor como esses medicamentos podem influenciar o risco de desenvolvimento da doença.

Em conclusão, a correlação entre o uso de certos medicamentos e o risco de desenvolver a doença de Peyronie é um campo de estudo promissor que pode levar a melhores estratégias de prevenção e tratamento. Para os pacientes, é essencial discutir com seus médicos o uso de qualquer medicamento e suas possíveis implicações para a saúde do pênis. Para os profissionais de saúde, permanece o desafio de equilibrar os benefícios desses medicamentos com seus potenciais riscos, sempre baseando-se nas evidências mais recentes e nas necessidades individuais de cada paciente.

simbolo que representa a doenca de peyronie