O tratamento à base de litotripsia para Peyronie é objeto de estudo de pesquisas que se debruçaram sobre opções de protocolos não cirúrgicos para a doença. A litotripsia consiste em ondas de eletrochoque extracorpórea utilizada principalmente para implodir cálculos (como as pedras que se manifestam no rim, bexiga e vesícula, por exemplo).
A premissa por trás da litotripsia para Peyronie é que essas ondas rompam o tecido fibroso que se forma no pênis, responsável por entornar o órgão, devolvendo-o a ergonomia adequada.
Mas afinal, a litotripsia é realmente eficiente e segura para tratar e reverter a doença de Peyronie? Buscamos em algumas literaturas que abordam o tema a resposta para esta questão:
Entenda como a litotripsia para Peyronie funciona
Embora haja estudos voltados ao tema, a extensão de literatura não é significativamente grande para proporcionar um parecer unânime. Com isso, os resultados existentes ainda podem ser divergentes – mas são bastante promissores e otimistas.
De acordo com um estudo divulgado na revista russa Urologia em 2004, os pesquisadores analisaram os resultados obtidos em 28 pacientes com doença de Peyronie que foram submetidos a litotripsia extracorpórea por ondas de choque.
No referido estudo, uma média de 2 a 6 sessões foram feitas, sendo que o número máximo de sessões em um paciente foi 12. A partir dos resultados avaliados, a eficácia pôde ser atestada por índices clínicos e investigação ultrassônica (mapeamento Doppler do fluxo sanguíneo).
O tratamento à base de litotripsia para Peyronie mostrou-se eficaz, principalmente, em pacientes com doença ainda em estágio precoce, antes do aparecimento de fibroses graves.
Ainda de acordo com o estudo, o tratamento conservador (por via oral, com uso de vitamina E e anti-inflamatórios, por exemplo) não é indicado quando a doença já causou deformidades acentuadas e calcificação de placa, além de disfunção erétil.
Já uma pesquisa publicada em 2000 no Progrès en urologie (revista da Associação Francesa de Urologia), analisou 26 pacientes submetidos ao tratamento à base de litotripsia para Peyronie.
Todos os indivíduos apresentavam uma placa dolorosa ao terem ereção. A placa foi palpada sob anestesia geral e foram injetados 0,5 a 2 ml de meio de contraste para permitir a visualização em exame radiológico e então receberam as ondas de choque por meio da litotripsia.
Os resultados obtidos indicaram que entre os 26 pacientes tratados, 19 voluntários (73%) relataram uma redução muito acentuada da dor na ereção e 8 (31%) relataram uma redução da curvatura na ereção.
Contudo, essa redução foi demonstrada objetivamente (por meio de fotografias) por apenas 3 pacientes (11%). Sete pacientes (27%) tiveram amolecimento da placa fibrosa formada no pênis. Seis (37%) dos pacientes que sofrem de disfunção erétil relataram melhora na qualidade da ereção.
Vale ressaltar, ainda, que de acordo com o estudo, o efeito analgésico proporcionado por esse tratamento, podem ser bastante eficientes.
Conclusão
Levando em conta os resultados da litotripsia para Peyronie obtidos nos estudos referenciados, os resultados são muito satisfatórios e podem promover melhora significativa no quadro na fase aguda da doença.
Embora os resultados sejam promissores, mais pesquisas são necessárias para analisar a real eficácia na doença crônica
Leia mais sobre os tratamentos para Peyronie em nosso blog.
Fontes:
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/15114750/
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/10785921/
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-55382004000300004