Canabidiol e Peyronie em fase aguda: Saiba o que as pesquisas mostram a respeito!

O uso de canabidiol como tratamento para certas doenças vem sendo discutido e verificado especialmente nos últimos anos. Em alguns países e estados a regulamentação é mais liberal, enquanto em outros países, adota-se uma postura ainda conservadora em relação à regulação do uso dessa substância.

No Brasil, houve um recente avanço no que tange à legislação para a substância por parte da Anvisa, garantindo que uma série de doenças passassem a ser tratadas à base de CBD.

Em alguns estados dos Estados Unidos, por exemplo, não é raro encontrar profissionais que prescrevem o uso do Cbd oil (óleo de canabidiol) para homens que possuem doença de Peyronie, não como medicamente reparatório, mas como substância capaz de amenizar os sintomas que se manifestam ainda na fase aguda da complicação.

Para esclarecer as dúvidas mais recorrentes entre homens acometidos pela doença de Peyronie (que pode causar muita dor e desconforto, sobretudo durante a ereção), compilamos neste post as principais informações concretas a respeito do assunto. Acompanhe!

Como o canabidiol age no organismo?

Antes de entender quais são os potenciais benefícios do canabidiol para Peyronie, vamos entender como essa substância atua no organismo humano. 

Trata-se de um composto classificado como canabinoide encontrado na planta Cannabis sativa. Ao contrário do tetrahidrocanabinol (THC) e do canabinol (CBN), o canabidiol (CBD) não é uma substância psicoativa, ou seja, não age no sistema nervoso central alterando temporariamente a percepção do indivíduo.

Muitos estudiosos e defensores do uso do canabidiol afirmam haver uma ampla gama de benefícios médicos, incluindo o tratamento da síndrome de Dravet, da síndrome de Lennox-Gastaut e da doença de Peyronie enquanto ainda está na fase aguda (normalmente caracterizada pelo primeiro ano da complicação).

Mas afinal, como o canabidiol age no organismo? Vamos entender um pouco melhor: nós, humanos, temos receptores por todo o corpo, os endocanabinoides, presentes do CBD, se ligam a esses receptores. 

Contudo, existem dois tipos de receptores: CB1 e CB2. Os receptores CB1 estão principalmente no sistema nervoso central e são responsáveis ​​pela coordenação, pelo movimento, pela percepção da dor, do apetite, pela memória, pelo humor e por outras funções. Já os receptores CB2 estão no sistema nervoso periférico, e influenciam a dor e a inflamação.

Ocorre que os pesquisadores acreditam que o CBD não se liga diretamente ao receptor, mas o influencia de alguma forma. Sendo assim, a ativação desses receptores é o que permitirá a associação aos diversos benefícios atestados por alguns pesquisadores.

Como não há propriedades psicoativas no CBD, muitos estudantes do tema acreditam que ele seja ideal para uso terapêutico. Além de prometer tratar as múltiplas formas de epilepsia, o CBD também pode ser eficaz para minimizar ou até mesmo eliminar os sintomas de ansiedade, estresse, depressão e doenças físicas. 

Mas aonde queremos chegar com essas informações? Acontece que existe uma quantidade significativa de estudos que apontam o papel do CBD na redução da dor. Isso porque quando o CBD influencia o TRPV1 (um receptor), ele está efetivamente bloqueando os sinais de dor, que fica impossibilitado de se manifestar no resto do corpo.

Canabidiol para Peyronie: O que esperar?

Sabe-se que os tratamentos eficientes para reversão da doença de Peyronie continuam sendo cirúrgicos e medicamentosos. Contudo, tem-se especulado sobre uma série de terapias alternativas para diminuição da dor e da inflamação.

Algumas dessas terapias possuem algum respaldo científico, como alguns anti-inflamatórios, enquanto outras não passam por nenhum crivo de veracidade e podem, inclusive, prejudicar o organismo, como os tratamentos à base de ozônio para Peyronie. 

De fato, o uso do CBD tem mostrado bons e promissores resultados para o tratamento de disfunção erétil. Com base em resultados de pesquisas recentes, a disfunção é mais prevalente em homens idosos, já que o envelhecimento cria no organismo dioxinas, que, por sua vez, é uma toxina que causa a disfunção. Nesses casos, o CBD pode ser um bom aliado pois, teoricamente, ajuda a eliminar tais dioxinas.

Contudo, quando abordamos os efeitos do canabidiol para Peyronie, os resultados são mais limitados. Trata-se de uma aplicação que ainda não possui pesquisas significativas e consistentes a respeito, mas, com base no que é publicado e nos efeitos do canabidiol no organismo, é possível afirmar que a substância pode ajudar a atenuar a dor e o desconforto causados pela doença durante a fase aguda.

Essa fase, por sua vez, é caracterizada pela manifestação de dor durante a ereção, além da modificação da curvatura e pode durar, em média, de seis meses a um ano. Em contrapartida, a fase crônica é identificada pela ausência de dor e pela estabilização da curvatura (e do tamanho da fibrose formada). 

Na prática, não há nenhum respaldo científico ou pesquisa que comprove qualquer tipo de benefício do canabidiol para Pyeronie durante a fase crônica da doença.

Ocorre que, de forma alguma, essa substância deve ser prescrita ou utilizada como tratamento definitivo, uma vez que o quadro só poderá ser revertido com a remoção do tecido fibroso que se forma no órgão genital masculino.

CBD e a regulamentação brasileira

Vale lembrar, ainda, que a autorização para consumo de produtos à base de canabidiol era uma dificuldade enfrentada até há algum tempo, já que as pessoas com prescrição médica para tais substâncias precisavam de autorização para realizar a importação.

A partir da aprovação por parte dos diretores da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), os pacientes com prescrição médica para o uso de produtos à base de THC ou CBD, substâncias oriundas da Cannabis sativa, poderão comprar os medicamentos nas farmácias, sem precisar importar os fármacos, já que os laboratórios brasileiros poderão fabricar os medicamentos.