Tratar Impotência após Prostatectomia Radical: Reabilitação Peniana

Após a realização de tratamentos para tumores da região pélvica (p. ex. câncer de próstata, câncer de bexiga, tumores do reto), a fisiologia normal das ereções penianas pode ser alterada. Lesões nervosas e dos vasos sanguíneos ou até mesmo a manipulação dessas estruturas podem prejudicar a oxigenação peniana e causar pequenas cicatrizes que impedem ereções normais, podendo causar embaraço a saúde sexual por um longo prazo.

O objetivo da reabilitação peniana é auxiliar na diminuição de possíveis aspectos negativos do tratamento na função sexual de homens ativos e acelerar a recuperação de sua função sexual.

Sabemos que ereções consistentes diárias e naturais são necessárias para uma boa atividade sexual e que essas ereções são responsáveis por porção importante da manutenção da fisiologia normal dos corpos cavernosos, os cilindros biológicos responsáveis pelas ereções penianas. Quando essas ereções deixam de ocorrer por um período prolongado podem surgir processos inflamatórios relacionados a não ativação da circulação sanguínea peniana, que em alguns casos ocasionam pequenas cicatrizes reconhecidas pelos médicos como fibroses.

Assim, algumas intervenções específicas são importantes para preservar a função sexual masculina, provocando ereções de maneira induzida de modo a permitir o retorno da circulação sanguínea que oxigenará de forma adequada os corpos cavernosos durante a fase de recuperação das ereções naturais.

Nessa fase do tratamento, pode-se personalizar o regime de intervenções baseado nas particularidades de cada pessoa, na qualidade prévia das ereções e, sobretudo, considerando os objetivos pessoais.

 

Orientações

Estudos clínicos sugerem que terapias instituídas de maneira incisiva e precoce em pacientes com qualquer forma de disfunção erétil após tratamento cirúrgico pélvico, podem implicar em recuperação mais rápida e eficiente da função sexual. Utilizando-se uma abordagem baseada em evidências científicas, o nosso programa de reabilitação peniana poderá incluir:

Uso de medicações orais

Injeções penianas

Uso de dispositivos de vácuo

Reposição de testosterona 

 

O que o corre com as ereções após a prostatectomia radical?

Mesmo com a cirurgia radical é possível preservar os feixes nervosos que provocam as ereções na maior parte dos pacientes, já que com o avanço na detecção do câncer prostático, um número cada vez maior de pacientes é submetido a tratamento cirúrgico com lesões tumorais ainda totalmente encapsuladas, permitindo a preservação dos feixes nervosos laterais que provocam as ereções.

Contudo, para a retirada da próstata é necessário manipulação da região que contém os nervos cavernosos. Essa manipulação causa uma paralisia localizada que em alguns aspectos lembra as paralisas temporárias que ocorrem em pacientes com traumas inflamatórios da medula. Nessas situações ocorre disfunção transitória da inervação que pode levar semanas ou meses para plena recuperação.

O mesmo ocorre aos nervos cavernosos após a prostatectomia radical: mesmo preservados passam por um período de baixa atividade. Durante esse período, a inervação que se encontra em processo de recuperação não desencadeia ereções, provocando diminuição da oxigenação dos cilindros cavernosos do pênis que causam a ereção.

O início da recuperação da inervação ocorre três meses após a cirurgia e pode alongar-se até o período de dois anos, quando não ocorrem novas melhoras. Durante o período de recuperação, a reabilitação peniana procurará provocar aumento da circulação sanguínea nos corpos cavernosos, revertendo o ciclo inflamatório provocado pela falta de oxigenação durante esse período. Assim, a reabilitação poderá iniciar-se logo após a retirada da sonda vesical e ser necessária por até dois anos, com as primeiras ereções com consistentes podendo surgir três meses após a prostatectomia. 

 

Objetivos

Aumentar a turgidez peniana de forma uniforme e diária.

Provocar ereções ao menos duas vezes por semana (mesmo que não sejam rígidas e mesmo que não aconteçam relações sexuais)

Adequação da reabilitação 30 dias após a retirada da sonda e então a cada quatro meses.

 

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